O dia era 09 de setembro de 2022. Flávio Lúcio de Paula Gonzaga (foto acima cedida pela família ao Barbacena Online), de 60 anos, saiu de casa, como tantos outros barbacenenses naquela tarde para resolver seus assuntos. Não sabia que cruzaria com alguém capaz de selar seu destino com um único golpe. Foi uma briga de trânsito com final infeliz. Qual briga de trânsito termina com final feliz? O agressor, R. V. A., desceu de um carro de luxo após um leve esbarrão no trânsito. Irritado, partiu para a violência. Desferiu um golpe. Um só. Ato contínuo: entrou no veículo e foi embora. Não prestou socorro. Não chamou por ajuda. Seguiu seu caminho.
Flávio agonizou no meio fio e ficou internado no CTI da Santa Casa de Misericórdia por 15 dias até falecer.
A Justiça reconheceu a autoria. Reconheceu o impacto. Reconheceu a morte. E classificou o episódio como lesão corporal seguida de morte — um crime previsto no artigo 129, §3º, do Código Penal. A sentença foi publicada nesta semana e veio a condenação: 4 anos e 2 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto. O réu poderá recorrer em liberdade. A decisão foi assinada pela juíza Flávia Generoso de Mattos, da 1ª Vara Criminal de Barbacena.
Durante o processo, R. V. A. confessou. Disse que agiu no impulso. Disse que não tinha intenção de matar. À época dos fatos, a equipe do Barbacena Online ouviu amigos e familiares de Flávio, que o descreveram como um homem gentil, caridoso, sempre disposto a estender a mão a quem precisava. Trabalhador, discreto, conhecido na vizinhança por sua postura respeitosa. O caso agora entra para os registros da Justiça, mas continua a reverberar fora dos autos.
Nas ruas, nas conversas silenciosas, nas redes sociais e nas lembranças de quem acompanhou de perto o desfecho, ficam perguntas que não cabem em sentenças. Flávio não pode mais contar sua versão. Seu nome agora integra uma estatística entre tantas outras que terminam em páginas processuais e penas restritivas de liberdade.
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