Por Lavínia Lopes de Figueiredo, participante do grupo de Pesquisa Meninas Cientistas da Casa da Ciência e da Cultura, orientada por Dr. Delton Mendes lino. site:
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Você provavelmente já ouviu falar sobre medicamentos que não possuem efeito farmacológico, mas que, mesmo assim, podem fazer com que pacientes melhorem ou, ainda, curem-se de certas doenças. Porém, você sabe por que isso acontece?
Fenômenos como esse são chamados de efeito placebo ( placebo = agradar, do latim) e ele mostra como a nossa mente influencia o nosso corpo, uma vez que ocorre quando, mesmo que o medicamento utilizado não tenha nenhum efeito terapêutico real,o paciente apresenta melhora em seu quadro.
O motivo para este fenômeno está ligado diretamente a um fator psicológico, a partir do qual o paciente acredita fortemente na eficácia do medicamento que ele ingere, gerando assim uma resposta hormonal, como, por exemplo, a liberação de dopamina, que ajuda em alguns casos a aliviar a dor ou melhorar alguns sintomas.
O efeito placebo foi inicialmente estudado por John Haygarth, em 1799, devido ao uso de um objeto chamado “ Extrator Perkin” , que médicos da época diziam que contribuía para retirar as doenças dos corpos dos pacientes. John, todavia, não acreditava que o método realmente funcionava. Diante disso, ele criou uma extrator de madeira que também conseguia desempenhar o mesmo papel do original, que era feito de metal.
Desde então, muitos outros estudos aram a ser conduzidos por diversos médicos a fim de estudar aquele fenômeno misterioso. Em 2021, por exemplo, um grupo de cientistas dinamarqueses fizeram 186 estudos utilizando o método do duplo cego, para testar o fenômeno. O experimento consistia em separar os pacientes em dois grupos, um parte receberia o medicamento próprio para o tratamento daquela doença e o outro grupo, receberia um placebo idêntico ao real, porém, nem os que participaram do experimento, nem os investigadores deveriam saber qual dos grupos recebeu o placebo, por isso o nome “duplo”.
Atualmente, o efeito placebo pode ser utilizado para “tratar” enfermidades. Em casos de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, o placebo é utilizado a fim de gerenciar a doença, gerando a sensação de alívio da dor. Além disso, médicos podem utilizar o efeito placebo, também, como uma alternativa para melhorar a condição de vida do paciente, sem necessariamente tratar a doença, como o uso de tratamento paliativo para pacientes com câncer em estado terminal.
A utilização de placebos em pacientes terminais, porém, é muito questionada, uma vez que muitos médicos acreditam que os doentes devam saber que o quadro de sua doença é avançado e irreversível. Outros, contudo, defendem que, em muitos casos, é melhor que o paciente não saiba.
No Brasil, é proibido pela lei n° 14.874/2024 art. 21, o uso de placebos quando há algum tipo de tratamento disponível. A utilização dos placebos, também, é apenas aceita caso não gere risco maiores do que os benefícios à saúde do doente, sendo assim necessário, o melhor tratamento possível que os médicos podem oferecer em casos que o placebo é utilizado junto de outro tratamento de profilaxia, diagnóstico ou tratamento.
Diante do exposto, você concorda com a utilização de placebos como forma de tratamento?
Referências bibliográficas
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