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Bebês reborn: Imaturidade e adoecimento mental

Valeska Magierek

 

Já convivemos com inúmeros desafios no que se refere à saúde no Brasil; e ocupar tempo, recurso e especialistas numa brincadeira de bonecas é algo tão inacreditável quanto inissível.

Em nossos consultórios temos visto cada vez mais pessoas adoecidas, em todas as faixas etárias, devido à falta de estrutura doméstico-familiar mínima; temos visto crianças e adolescentes sem referência materno-paterna e afetiva, temos visto a falta da pessoa de autoridade freando comportamentos cada vez mais estranhos e nada condizentes com a realidade.

E este modismo é apenas um evento dentro daqueles tantos que já vimos e que ainda veremos, caso não tratemos essas situações com rigor e responsabilidade.

 

Como podemos entender a explosão desse tipo de comportamento?

Como humanos, temos faltas que vão além daquelas fisiológicas, de sobrevivência. Precisamos de uma casa para nos abrigar, de um lar para nos acolher, de trabalho para dar significado à vida, de atenção e carinho da família e amigos, de sermos vistos e reconhecidos, etc.

Quantas pessoas buscam uma forma que não lhes pertencem verdadeiramente? Quantas cirurgias estéticas desnecessárias e perigosas? Quantas tentativas de ser e de se mostrar aquilo que não é?

Cada vez mais temos nos deparado com a necessidade de se mostrar exageradamente, seja na forma de se vestir, de se alimentar, de interagir, de se comportar e etc.

Desta forma, essa explosão bizarra de ‘pais’ e bebês reborn somente mostra o quanto estamos mental e socialmente adoecidos, porque não é normal e nem esperado que pessoas de verdade compartilhem uma vida com objetos inanimados desta forma.

Quando foi instituído que animais e objetos inanimados devem receber os mesmos cuidados que uma pessoa? Quando começamos a aceitar fatos esdrúxulos (p. ex. casamento com bonecos, viver transvestido como animais, tomar um boneco inanimado como filho)?

Muitas pessoas têm vivido numa bolha perigosa e o contato com o real tem se tornado cada vez mais distante, o que pode ser um sinal de adoecimento mental.

 

Finalizando…

 Cuide do seu comportamento: o adulto deve ser capaz de discernir o certo e o errado, o aceitável e o inaceitável, o permitido e o ridículo. Crie e desenvolva em você mesmo o bom senso e pensamento crítico.

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