O primeiro encontro do Clube de Leitura da Academia Barbacenense de Letras está agendado para esta quarta-feira (19), a partir das 19h30, na sede da ABL, na Casa da Cultura (Rua General Câmara, 11 – sala 02, no centro de Barbacena). O livro escolhido para esta roda de conversa foi “Café Carinho”, do José Geraldo Heleno (Cadeira 26, da ABL). O Clube de Leitura da ABL indica uma obra e, a cada dois meses, ela é debatida entre os leitores.
A entrada é franca.
PARA PARTICIPAR DO CLUBE DE LEITURA: https://chat.whatsapp.com/Ikfkk8MCZTh3nkdrxkSX43
UM POUCO SOBRE O AUTOR – Ex-professor de Português e de Latim Jurídico da UFJF, da UNIPAC- Barbacena, e da Fundação Universitária Newton Paiva-BH; membro das Academias de Letras de Barbacena e de Juiz de Fora, prefaciador de alguns escritores, inclusive internacionais; autor de 6 livros publicados; autor de diversos artigos de crítica literária do jornal Barbacenaonline; Doutor em Estudos Clássicos pela USP; Mestre em Teoria Literária pela UFRJ; Tradutor do Latim; ex-Auditor Fiscal da RFB; co-autor de várias antologias e de outras publicações coletivas;; sócio de algumas entidades voltadas à cultura (LEIAJF, SBEC, SBPA, UBT); nascido em Cipotânea; residente em Barbacena.
Seus livros publicados: Café Carinho, São Paulo: Editora do Escritor, 1993; O santuário, Belo Horizonte: Editora Maza, 1996; Cipotânea: Fala-feio, Fala-bonito, Belo Horizonte: Maza, 2007; Medra em frestas: movimento comunitário na região de Barbacena nos anos 1980. Belo Horizonte: Maza, 2013; Uma falha no silêncio: Hospital Colônia (Coordenação). Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 2016; Hércules no Eta: uma tragédia estoica (tradução do original latino e comentários): São Paulo: Ed. Dialética, 2022).
CAFÉ CARINHO – Café carinho, como sugere a capa e explicita o editor Luz e Silva na orelha, é uma narrativa “desenvolvida como se uma câmera fosse registrando a realidade ao acaso, embora com precisão de detalhes”. O livro nasceu do impacto que experimentou seu autor, quando teve seu trabalho transferido para Belo Horizonte. São cenas curtas que se sucedem na escrita, nascidas de experiências aleatórias. Essas experiências nascem geralmente da observação do que se a ao redor do escritor, e do que essas experiências alheias sugerem ao seu olhar poético. Pode se tratar do entusiasmo de um grupo de jovens com deficiência comunicativa engolfados numa discussão animada, usando apenas os gestos manuais; da simplicidade de um trabalhador que, ao perder seu emprego, transforma essa experiência dolorida num momento de homenagear sua amada Margarida; da emoção do narrador ao ver um pedinte executando no trânsito uma performance corporal como forma de agradecer um suposto presente de natal. O título do livro nasce de um dos textos em que o narrador transforma em poesia um anúncio de marca de café.
A grande importância deste pequeno livro, de apenas 39 páginas, é que ele representa o batismo de fogo do seu autor. Escrever um livro é expor-se ao mundo, é perder o domínio sob as próprias ideias; é desnudar-se. A partir da publicação de um livro, o autor fica completamente exposto, vulnerável às críticas. Embora o autor do livro e o cidadão sejam personagens completamente diferentes, é inevitável que muitos traços do autor se reflitam na sua obra, como acontece nas relações de pai e filho. Se alguns desses reflexos não agradam, não há como negá-los, pois estão escritos. E é para sempre. Por outro lado, depois que a gente escreve um livro, para escrever outro não falta mais coragem. (JGHeleno)